terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Metade das palavras...

Metade das palavras
que falo
são" porra égua caralho..."
sou completamente aprisionado
pelo arrependimento
tenho sempre os pés molhados
por mais secos
que eles estejam
se Dostoiévski me conhecesse
até ele
me faria de besta.
sobre a sombra
do pecado
tenho todos os erros
e como
deito
e fumo
sempre calado
sou o poeta
que vai morrer de angústia
uma epilepsia
de mentiras
aquele
que tem as células
danadas
quando alguém
entra no quarto
que sempre vai achar
alguém preguiçoso
outro esperto
um político
e outro
alienado demais
o poeta
do "porra égua caralho"
como um furúnculo
no pôr-do-sol.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Mordaça

Existe também
um jeito
junkie
de amar
assim como o amor
em seus tantos pesadelos
tornou-se
verdadeiramente junkie
e suicida.
o amor
é sempre
trágicamente real
esta em qualquer
bar
em qualquer tapa
em toda
péssima verdade.
o contrário
é devaneio tolo
ira contida
masturbação escondida
o amor na verdade
é vulgarmente raro
profundo e raso
como um alegre
bêbado

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Sobre Alguns Cães( passeios)

Até que
as mordidas não foram tão ruins
eram cerca de sete cachorros
e a fome por ópio
seduziu a todos
deviam ter seus pelos
acariciados
afinal
não eram tão ruins
são apenas tipos de bichos
deitados
sem riqueza
e sem tanto interesse por ela
que contam as estrelas
sem medo das verrugas
atracados
baratos e baratos
sobre pontes de areia
cobras e paisagens noturnas
todos os quais segurando
seus orgãos
delirando
se apaixonando por pessoas erradas
contando plágios
se honrando
filhos
de um fulgor incansável
lombrados
e lambidos
pelas sarjetas

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Poema rápido

Viver...
Sem foco
Su foca.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Catatau

Ainda existe um teor de loucura
nas minhas cavidades nasais,
melhor que um poema de costas
pouco importa as bostas,
que foram arremessadas e perdidas no espaço
eu cago de novo,
contra o fatalismo
contra a lógica
contra o mau senso de humor,
destruidor
de bom costumes
poesia e rock'n'roll
"Yeah !!"
Every body fora da moda
ainda há uma gota de loucura
na minhas cuticulas
esperança de levar um poema
pra um banco de bar.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Por quê parei de escrever poemas?

Por quê parei de escrever poemas?Não sei se foi o "mal-de-Pako" que me afetou. Quando acreditava no verso, algo me consumiu, e me tornou frio. Sinto saudade, mas hoje em dia estou mais para um dono de casa, um tipo de homem que deseja cantar grunindo, e por isso farei desse boteco meu cobaia, decidi recorrer a ele de novo, por quê não choro por nada nesse mundo, e tenho sido neurótico e triste como deve ser o nascimento.
Um sorriso tem que ser reaprendido durante toda a vida. E gestos de grosseria boas ou ruins, são como uma força primitiva de um homem cada vez mais solitário, mas que se emociona com um leve beliscão no peito. Sinto falta dos meus versos... sei que despertei o poema em poetas, mas não sei se fui embora, ou se não confio mais em letras por serem sempre ordenadas, nao sei se o poema existe em mim, mas não com esse nome, ou se isso é resquicios de uma adolescência só alegre.
Afinal de contas, fui vitimado, mas aprendi a puxar uma corda bem alto, que conheci novas formas de consolar.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Sobre uma Corda.

Quando arrebenta uma corda,
a guitarra me diz,
as minhas piores verdades.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Comentário

Catatau...
seu poema tem visceras,
olhos dilatados,
e arritmia,
catatau,
seu poema...
é a verdadeira poesia.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Poema para Pako

Em Belém, não tem mais nada
a cidade ficou oca,
cada um com seu cigarro,
cada espaço da calçada.

em Belém, tudo e receio
todos os sonhos cabisbaixos,
os relógios entre as horas,
e os botecos já fechados.

Nesta cidade haja deus,
pra tantos homens castigados,
tantas estrelas se escondendo,
por trás das luzes dos carros.

Como somos solitários,
como comemos o medo.
entre tanta queda d'água
também caimos no meio.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Passagem

Um ônibus:
essa é minha casa,meu pensamento,minha virtude.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Poema do boteco.

Espero, que um poema me prenha!

Afinal, as palavras acabaram?
Ou não existe poeta, ao menos Poeta,
que não acabe seus versos, com versos
a Internet,
cachorro por cachorro,
tenho que lêr ao menos,
um poema que doa
que não soe como propaganda,
mas as arvóres do bosque
nunca foram tão verdes,
meu sentimento
é projeção em tela,
nota por nota de guitarra
a ser gozada
mas ninguem goza com isso,
afinal, minhas palavras acabaram...
ou isso é um parto?
mas a poesia esta na rede,
esta pensando,
nós
de ressaca,
e ela dedilhando um violão
talvez o útero tenha sido doloroso,
estamos apenas de ressaca,
e não encontramos a palavra certa...(pra falar aquilo)
merecemos uma palavra nova,
mas já a tanta,
nós apenas estamos chupando o dedo,
e aprendendo a conversar,
a um alienigena em nosso quarto,
e a
Internet...
fala bem dificil.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Reflexão a cerca deste veículo de propagação de idéias(o blog):

Afinal de contas, o que se esperar de um blog ? Recentemente, movido por idéias um pouco confusas e paradoxais, dei cabo em minha singela página virtual, como já é de minha personalidade restritiva e saudosista. Por algum motivo acreditava que definitivamente blog não era lugar pra Poema, as vezes sou apossado, por não sei que tipo de espírito, que me faz conceber estas formas de tecnologias atuais, como instrumentos contribuintes ao desapreço das artes, e sou abatido por algum tipo de melancolia que sinceramente não sei explicar muito bem, é um tipo de sentimento completamente reacionário,que nos melhores casos quando consigo manter o bom humor, me faz deitar ao lado de um dos meus queridos cds de blues, e ir totalmente longe, de qualquer coisa que eu enxergue durante meu dia-a-dia, ir para o “cafundó do Judas”, como as vezes sinto que alguns tem vontade de me mandar, quando tal espírito se apossa de mim.
Mas saindo da poesia, e indo ao que interessa. Este fim repentino a minha página, foi movido por alguns questionamentos referentes a utilidade deste veiculo, seu publico, e o modo como ele atinge este. Não sei se conseguirei primeiramente expressar minhas idéias e segundamente ser coerente com elas, mas assim tentarei. Começando por razões poéticas (por favor me dêem a liberdade!?). Já a algum tempo com os fins de explicar esse meu desprezo pelo “poema virtual”(me dêem essa liberdade também....), pensei em uma explicação um tanto poética a esse sentimento desabrigado.
Não sei qual é a influência do poema sobre o tato, claro, apenas a pessoas que enxergam(pois às que não, acredito ser isso aparentemente óbvio,apesar de parecer um pouco estranho tradução de poemas para braile, mas se traduzem, enfim...), mas acredito que ela exista, acho que de alguma forma além de pelos olhos, o tato, é também uma forma de que o poema se usa pra chegar a alma, isso é um tanto quanto metafísico, e nem um pouco cientificamente coerente, mas foi uma idéia que me ocorreu e que adorou ser repetida, quando sou questionado ou mesmo não, sobre meu maior apreço e respeito, mesmo a poemas ruins, a partir que sejam “tangíveis”. Não sei, talvez eu seja um cético daqueles que só acredita vendo, e quando referente a coisas de menor dimensão(espacial), sou de uma geração que se acostumou a ver com as mãos, e talvez isso explique um pouco a poesia.
Em direção a explicações cientificas, talvez estas não passem de questões, que talvez não abrangem só o poema, mas todas as formas de arte, ou pelo menos aquelas com as quais sou mais entrosado a falar, como não poderia faltar a musica, claro. O que quero pôr em pauta (fazendo clara referencia a minha razão poética) sobre os meios “virtuais” de divulgação da arte( se que ela existe...), é o seguinte:
“Até que ponto, os Meios com que são reproduzidas as expressões de arte, influenciam na própria?”
Não sei se esta é uma questão interessante apenas a minha ignorância, mas não poderia deixa-la presa, ao ponto de se tornar um dogma interno, mas agora aí está sua liberdade.
Talvez este texto esteja repleto de contradições como são a maioria de nossas heranças, mas quero deixar claro que a partir de tais questionamentos, como acabei de reparar em minha própria releitura, devo explicitar que por mais que possa parecer, em momento algum quero afirmar que o “poema em si” seja algo tangível, mas enfim, será se ele não pode ser?

Obs: Me desculpem qualquer erros, confusões e infelicidades da minha parte, objeções a vontade.

Um novo Poema

Como conhecer o verso?
se a própria memória,
é cativa e penosa.
se os lenços, silêncios e acenos,
são sombras constantes,
que vivem a espreitar os ombros.

Como conhecer o verso?
se tudo se verteu
em uma melancolia cotidiana,
onde poucos sorrisos se abrem,
sem pedir passagem..

E agora,
que os convites,
se tornaram rasos.
e que nada,
se conhece por acaso,
que todas as portas e janelas,
se fecharam,
que os olhares,
já perderam sua razão.

Como conhecer,
a cada passo,
um novo desejo,
debruçado sobre o chão?
e descobrir dia pós dia,
todo mistério,
de um novo pôr-do-sol?

O Cão Tarado do Blues(música)

No meio da madrugada,
o calor sobe a cabeça,
chego até a sentir medo,
que o diabo apareça.

Na mente só putaria,
mas quanta imaginação,
quem diria o rei da orgia,
se acabou no colchão.

e eu não tomei nenhum remédio,
nem to morrendo de tédio,
não acordei de ressaca,
estou com as chaves ce casa.

(refrão)
sou o cão tarado do blues( o cão tarado do blues)

Quanto ao titulo do blog, e citações constantes feitas a cães pela minha pessoa:

Não, eu não tenho vontade de ter um cachorro como já cogitaram alguns, " ah é menino de apartamento não pôde criar cachorro...eu acho que é porquê ele é muito sozinho...", não tem nada a ver, de fato, eu até que acho o cachorro um animal interessante, mas o que eu acho que ninguém nunca compreendeu, e que quando falo em cachorro eu não me refiro a um poodle, um yorkshire, ou qualquer bicho doméstico, que tenha sido feito em um laboratório( com todo respeito aos seus donos), eu falo em um um cão de verdade, um lobo, um urso, ou quem sabe no próprio(a minha incrustada moral cristã...). A verdade(pra variar) é que esse cão pelo qual eu tenho tanto apreço deve ser eu próprio, minha poesia,minha religião, o sentimento blues,ou qualquer outra coisa que vá além,da simpatia cotidiana e da lei da boa convivência,e como dizia, eu mesmo agora”eu adoro heavy metal”(sacanagem...) “quanto maior a repressão maior o cão”(dai se tira a liberdade de espírito daqueles cãezinhos que não param de latir),enfim soa bonito. Esse cão que eu tanto falo, late alto dentro do meu peito, e vez ou outra chega até a atentar a vizinhança.
Talvez a psicanálise diga que é alguma marca de infância, e realmente naqueles tempos, com exceção do barbeiro(inseto óbvio, eu não era peludo nessa época) das aulas de ciência, nada me amedrontava mais do que um cachorro,em especial um que correu atrás de mim em Mirasselvas, só a boca dele engolia umas duas crianças de bicicleta e o pior era o conselho dos meus pais e tios :" só não ter medo", mas quando que isso adiantaria, poderia passar imponente como o mais nobre dos reis, ao seu lado mais ele transfigurava minha alma toda, e era impossível não sentir ela se tremendo,pois aquele cão era eu próprio correndo atrás de mim, a diferença é que naquele dia ele tomou a atitude.E até hoje esse cão aqui dentro ainda mostra os dentes pra mim, mas eu não pisco, nem arregalo os olhos,e as vezes até lhe acaricio os pêlos.
E que se de por explicado,que apesar do gato ser traiçoeiro, o “au-au” é bem mais mau quando é pra se vingar.