quarta-feira, 22 de abril de 2009

Reflexão a cerca deste veículo de propagação de idéias(o blog):

Afinal de contas, o que se esperar de um blog ? Recentemente, movido por idéias um pouco confusas e paradoxais, dei cabo em minha singela página virtual, como já é de minha personalidade restritiva e saudosista. Por algum motivo acreditava que definitivamente blog não era lugar pra Poema, as vezes sou apossado, por não sei que tipo de espírito, que me faz conceber estas formas de tecnologias atuais, como instrumentos contribuintes ao desapreço das artes, e sou abatido por algum tipo de melancolia que sinceramente não sei explicar muito bem, é um tipo de sentimento completamente reacionário,que nos melhores casos quando consigo manter o bom humor, me faz deitar ao lado de um dos meus queridos cds de blues, e ir totalmente longe, de qualquer coisa que eu enxergue durante meu dia-a-dia, ir para o “cafundó do Judas”, como as vezes sinto que alguns tem vontade de me mandar, quando tal espírito se apossa de mim.
Mas saindo da poesia, e indo ao que interessa. Este fim repentino a minha página, foi movido por alguns questionamentos referentes a utilidade deste veiculo, seu publico, e o modo como ele atinge este. Não sei se conseguirei primeiramente expressar minhas idéias e segundamente ser coerente com elas, mas assim tentarei. Começando por razões poéticas (por favor me dêem a liberdade!?). Já a algum tempo com os fins de explicar esse meu desprezo pelo “poema virtual”(me dêem essa liberdade também....), pensei em uma explicação um tanto poética a esse sentimento desabrigado.
Não sei qual é a influência do poema sobre o tato, claro, apenas a pessoas que enxergam(pois às que não, acredito ser isso aparentemente óbvio,apesar de parecer um pouco estranho tradução de poemas para braile, mas se traduzem, enfim...), mas acredito que ela exista, acho que de alguma forma além de pelos olhos, o tato, é também uma forma de que o poema se usa pra chegar a alma, isso é um tanto quanto metafísico, e nem um pouco cientificamente coerente, mas foi uma idéia que me ocorreu e que adorou ser repetida, quando sou questionado ou mesmo não, sobre meu maior apreço e respeito, mesmo a poemas ruins, a partir que sejam “tangíveis”. Não sei, talvez eu seja um cético daqueles que só acredita vendo, e quando referente a coisas de menor dimensão(espacial), sou de uma geração que se acostumou a ver com as mãos, e talvez isso explique um pouco a poesia.
Em direção a explicações cientificas, talvez estas não passem de questões, que talvez não abrangem só o poema, mas todas as formas de arte, ou pelo menos aquelas com as quais sou mais entrosado a falar, como não poderia faltar a musica, claro. O que quero pôr em pauta (fazendo clara referencia a minha razão poética) sobre os meios “virtuais” de divulgação da arte( se que ela existe...), é o seguinte:
“Até que ponto, os Meios com que são reproduzidas as expressões de arte, influenciam na própria?”
Não sei se esta é uma questão interessante apenas a minha ignorância, mas não poderia deixa-la presa, ao ponto de se tornar um dogma interno, mas agora aí está sua liberdade.
Talvez este texto esteja repleto de contradições como são a maioria de nossas heranças, mas quero deixar claro que a partir de tais questionamentos, como acabei de reparar em minha própria releitura, devo explicitar que por mais que possa parecer, em momento algum quero afirmar que o “poema em si” seja algo tangível, mas enfim, será se ele não pode ser?

Obs: Me desculpem qualquer erros, confusões e infelicidades da minha parte, objeções a vontade.

Um novo Poema

Como conhecer o verso?
se a própria memória,
é cativa e penosa.
se os lenços, silêncios e acenos,
são sombras constantes,
que vivem a espreitar os ombros.

Como conhecer o verso?
se tudo se verteu
em uma melancolia cotidiana,
onde poucos sorrisos se abrem,
sem pedir passagem..

E agora,
que os convites,
se tornaram rasos.
e que nada,
se conhece por acaso,
que todas as portas e janelas,
se fecharam,
que os olhares,
já perderam sua razão.

Como conhecer,
a cada passo,
um novo desejo,
debruçado sobre o chão?
e descobrir dia pós dia,
todo mistério,
de um novo pôr-do-sol?

O Cão Tarado do Blues(música)

No meio da madrugada,
o calor sobe a cabeça,
chego até a sentir medo,
que o diabo apareça.

Na mente só putaria,
mas quanta imaginação,
quem diria o rei da orgia,
se acabou no colchão.

e eu não tomei nenhum remédio,
nem to morrendo de tédio,
não acordei de ressaca,
estou com as chaves ce casa.

(refrão)
sou o cão tarado do blues( o cão tarado do blues)

Quanto ao titulo do blog, e citações constantes feitas a cães pela minha pessoa:

Não, eu não tenho vontade de ter um cachorro como já cogitaram alguns, " ah é menino de apartamento não pôde criar cachorro...eu acho que é porquê ele é muito sozinho...", não tem nada a ver, de fato, eu até que acho o cachorro um animal interessante, mas o que eu acho que ninguém nunca compreendeu, e que quando falo em cachorro eu não me refiro a um poodle, um yorkshire, ou qualquer bicho doméstico, que tenha sido feito em um laboratório( com todo respeito aos seus donos), eu falo em um um cão de verdade, um lobo, um urso, ou quem sabe no próprio(a minha incrustada moral cristã...). A verdade(pra variar) é que esse cão pelo qual eu tenho tanto apreço deve ser eu próprio, minha poesia,minha religião, o sentimento blues,ou qualquer outra coisa que vá além,da simpatia cotidiana e da lei da boa convivência,e como dizia, eu mesmo agora”eu adoro heavy metal”(sacanagem...) “quanto maior a repressão maior o cão”(dai se tira a liberdade de espírito daqueles cãezinhos que não param de latir),enfim soa bonito. Esse cão que eu tanto falo, late alto dentro do meu peito, e vez ou outra chega até a atentar a vizinhança.
Talvez a psicanálise diga que é alguma marca de infância, e realmente naqueles tempos, com exceção do barbeiro(inseto óbvio, eu não era peludo nessa época) das aulas de ciência, nada me amedrontava mais do que um cachorro,em especial um que correu atrás de mim em Mirasselvas, só a boca dele engolia umas duas crianças de bicicleta e o pior era o conselho dos meus pais e tios :" só não ter medo", mas quando que isso adiantaria, poderia passar imponente como o mais nobre dos reis, ao seu lado mais ele transfigurava minha alma toda, e era impossível não sentir ela se tremendo,pois aquele cão era eu próprio correndo atrás de mim, a diferença é que naquele dia ele tomou a atitude.E até hoje esse cão aqui dentro ainda mostra os dentes pra mim, mas eu não pisco, nem arregalo os olhos,e as vezes até lhe acaricio os pêlos.
E que se de por explicado,que apesar do gato ser traiçoeiro, o “au-au” é bem mais mau quando é pra se vingar.